"Aceite o desafio e provoque o desempate Desarme a armadilha e desmonte o disfarce Se afaste do abismo Faça do bom-senso a nova ordem..."
Desmontar os disfarces não seria exatamente o que o programa de desconexão faz? É comum as pessoas agirem de maneira que na verdade não corresponde ao que elas são ou ao que elas pensam. Isso geralmente se dá por imposição de uma cultura, onde sem perceber ficamos amarrados ao que não nos agrada. Vivemos por trás de uma máscara. O médico obstetra, por exemplo, com toda a sua pompa de grande profissional, após a desconexão acaba confessando que nunca soube fazer um parto. A moça, atendente da loga de doces, comprava a máscara social que lhe impunham e vendia doces estragados. Depois de ser desconectada, lembram o que ela fez com os quitutes? E a mulher do médico, coitada, sofria com o doutor. E só não separava por causa da conta bancária do esposo, "prostituição legal". Mais um disfarce.
Está certo que, inevitavelmente desempenhamos um papel social, no sentido de atuação mesmo. Como diz Prost "Nossa personalidade social é uma criação do pensamento alheio. " A vida, neste sentido, assemelha-se a um palco. E se não dá pra colar, há que se decorar algum texto:
"Um palco, a vida, e uma comédia; ou aprendes a dançar, deixando a sisudez de lado, ou lhe aguentarás as dores". (Paladas). Aí eu me pergunto, palco ou picadeiro? Lembrando uma máxima latina: Totus mundus agit histrionem (todo mundo banca o palhaço).
Mas nada disso importa. O problema mesmo é quando a máscara asfixia, aí o bicho pega! Quando a máscara engana e explora! Quando a máscara mata!! Quem já assistiu aquele documentário Corporatiom, sabe. Em nome de uma instituição tudo é possível. Enfim, eu não gosto muito de máscaras, nem a Coline Serreau, pelo visto.
Plantas Embaixo do Aquário
(Dado Villa-Lobos; Renato Russo)
Aceite o desafio e provoque o desempate Desarme a armadilha e desmonte o disfarce Se afaste do abismo Faça do bom-senso a nova ordem
Não deixe a guerra começar Não deixe a guerra começar Não deixe a guerra começar Não deixe a guerra começar
(dialogos em francês e inglês)
Não deixe a guerra começar Não deixe a guerra começar Não deixe a guerra começar Não deixe a guerra começar Não deixe a guerra começar Não deixe a guerra começar Não deixe a guerra começar Não deixe a guerra começar
Pense só um pouco Não há nada de novo Você vive insatisfeito e não confia em ninguém E não acredita em nada E agora é só cansaço e falta de vontade Mas faça do bom-senso a nova ordem
Não deixe a guerra começar Não deixe a guerra começar Não deixe a guerra começar
Paranoid Android (Colin Greenwood; Jonny Greenwood; Ed O'Brien; Phil Selway; Thom Yorke)
Please could you stop the noise, I'm trying to get some rest From all the unborn chicken voices in my head What's that...? (I may be paranoid, but not an android) What's that...? (I may be paranoid, but not an android)
When I am king, you will be first against the wall With your opinion which is of no consequence at all What's that...? (I may be paranoid, but no android) What's that...? (I may be paranoid, but no android)
Ambition makes you look pretty ugly Kicking and squealing gucci little piggy You don't remember You don't remember Why don't you remember my name? Off with his head, man Off with his head, man Why don't you remember my name? I guess he does....
Rain down, rain down Come on rain down on me From a great high From a great high...high... Rain down, rain down Come on rain down on me From a great high From a great high... high... Rain down, rain down Come on rain down on me
That's it, sir You're leaving The crackle of pigskin The dust and the screaming The yuppies networking The panic, the vomit The panic, the vomit God loves his children, God loves his children, yeah
"...Mais uma estrada asfaltada Sem flores não leva a nada Pra se ouvir cantar o galo Quanto tempo mais, cair do cavalo..."
"Quanto tempo mais?" pegunta a canção. Até quando vamos transformar florestas em deserto? Até quando vamos secar nossos corações de tudo quanto é bondade e compaixão (literalmente "sentir junto")? Será que não estamos caindo numa "armadilha do progresso", para citar um termo de Robert Wright. E a onda da petrificação planetária se aproxima. Será que vamos "cair do cavalo"? Creio que não. Até lá não existirão mais cavalos.
Quanto Tempo Mais
(Ivo Rodrigues; Paulo Leminski) Quanto tempo mais O povo vai ficar de boca aberta Quanto tempo faz Sonhando ver algemas abertas Ver apagado o fogo do dragão Que queima vidas com vapor de ambição Quanto tempo mais vamos lutar Por uma sorte maior
O cansaço arde na boca
Mais uma estrada asfaltada Sem flores, com taxas pagas Pra se ouvir cantar os pássaros Quanto tempo, ei, vamos esperar
Algo que venha do chão Ou que venha do ar Para nos salvar, quanto tempo mais Vou dizer Quanto tempo mais
Quanto tempo mais O povo vai ficar pra trás Filho sem pai Nessa guerra sem paz Ver apagado o fogo do patrão Que bebe vidas com sabor de limão quanto tempo mais vamos lutar Pela esculhambação
A saudade cai no coração
Mais uma estrada asfaltada Sem flores não leva a nada Pra se ouvir cantar o galo Quanto tempo mais, cair do cavalo
Mesmo que seja no chão Eu vou ter que voar Mesmo que eu venha pro chão Eu posso me levantar Não vão me ganhar, quanto tempo mais Vou dizer