quinta-feira, 9 de maio de 2013

Fake Plastic Trees - RadioHead



Como não lembrar da cena da mulher do médico com Mila. A extraterrestre, investigando a bolsa da moça, não consegue entender porque ela precisa passar batom nos lábios, para "ser amada". Seus filhos e seu marido não passam batom, e nem por isso deixam de ser amados. É uma lógica difícil de entender pra quem vem de fora.

Fake Plastic Trees
(RadioHead)

"Her green plastic watering can
For her fake Chinese rubber plant
In the fake plastic earth
That she bought from a rubber man
In a town full of rubber plans
To get rid of itself

It wears her out, it wears her out
It wears her out, it wears her out

She lives with a broken man
A cracked polystyrene man
Who just crumbles and burns
He used to do surgery
For girls in the eighties
But gravity always wins

It wears him out, it wears him out
It wears him out, it wears him out

She looks like the real thing
She tastes like the real thing
My fake plastic love
But I can't help the feeling
I could blow through the ceiling
If I just turn and run

It wears me out, it wears me out
It wears me out, it wears me out

If I could be who you wanted
If I could be who you wanted all the time

All the time..."


Tradução: http://letras.mus.br/radiohead/63486/traducao.html

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Um poema de Leminski

Gente que mantém
pássaros na gaiola
tem bom coração.
Os pássaros estão a salvo
de qualquer salvação.

(Paulo Leminski)



quarta-feira, 3 de abril de 2013

Fábrica - Legião Urbana

"...O céu já foi azul, mas agora é cinza
E o  que era verde aqui já não existe mais..."


Fábrica
(Renato Russo)

Nosso dia vai chegar,
Teremos nossa vez.
Não é pedir demais:
Quero justiça,
Quero trabalhar em paz.
Não é muito o que lhe peço
Eu quero um trabalho honesto
Em vez de escravidão.

Deve haver algum lugar
Onde o mais forte
Não consegue escravizar
Quem não tem chance.

De onde vem a indiferença
Temperada a ferro e fogo?
Quem guarda os portões da fábrica?

O céu já foi azul, mas agora é cinza
E o que era verde aqui já não existe mais.
Quem me dera acreditar
Que não acontece nada 
De tanto brincar com fogo,
Que venha o fogo então.

Esse ar deixou minha vista cansada,
Nada demais.

segunda-feira, 25 de março de 2013

luxo saber...

luxo saber

além destas telhas
um céu de estrelas

(p. leminski)

Paradoxalmente, gozar da naturez tem se tornado um luxo.

domingo, 10 de março de 2013

Plantas Embaixo do Aquário - Legião Urbana


"Aceite o desafio e provoque o desempate
Desarme a armadilha e desmonte o disfarce
Se afaste do abismo
Faça do bom-senso a nova ordem..."



Desmontar os disfarces não seria exatamente o que o programa de desconexão faz? É comum as pessoas agirem de maneira que na verdade não corresponde ao que elas são ou ao que elas pensam. Isso geralmente se dá por imposição de uma cultura, onde sem perceber ficamos amarrados ao que não nos agrada. Vivemos por trás de uma máscara. O médico obstetra, por exemplo, com toda a sua pompa de grande profissional, após a desconexão acaba confessando que nunca soube fazer um parto. A moça, atendente da loga de doces, comprava a máscara social que lhe impunham e vendia doces estragados. Depois de ser desconectada, lembram o que ela fez com os quitutes? E a mulher do médico, coitada, sofria com o doutor. E só não separava por causa da conta bancária do esposo, "prostituição legal". Mais um disfarce.
Está certo que, inevitavelmente  desempenhamos um papel social, no sentido de atuação mesmo. Como diz Prost "Nossa personalidade social é uma criação do pensamento alheio. " A vida, neste sentido, assemelha-se a um palco. E se não dá pra colar, há que se decorar algum texto:
"Um palco, a vida, e uma comédia; ou aprendes a dançar, deixando a sisudez de lado, ou lhe aguentarás as dores". (Paladas).  Aí eu me pergunto, palco ou picadeiro? Lembrando uma máxima latina: Totus mundus agit histrionem (todo mundo banca o palhaço).
Mas nada disso importa. O problema mesmo é quando a máscara asfixia, aí o bicho pega! Quando a máscara engana e explora! Quando a máscara mata!! Quem já assistiu aquele documentário Corporatiom, sabe. Em nome de uma instituição tudo é possível. Enfim, eu não gosto muito de máscaras, nem a Coline Serreau, pelo visto.

Plantas Embaixo do Aquário
(Dado Villa-Lobos; Renato Russo)

Aceite o desafio e provoque o desempate
Desarme a armadilha e desmonte o disfarce
Se afaste do abismo
Faça do bom-senso a nova ordem

Não deixe a guerra começar
Não deixe a guerra começar
Não deixe a guerra começar
Não deixe a guerra começar

(dialogos em francês e inglês)

Não deixe a guerra começar
Não deixe a guerra começar
Não deixe a guerra começar
Não deixe a guerra começar
Não deixe a guerra começar
Não deixe a guerra começar
Não deixe a guerra começar
Não deixe a guerra começar

Pense só um pouco
Não há nada de novo
Você vive insatisfeito e não confia em ninguém
E não acredita em nada
E agora é só cansaço e falta de vontade
Mas faça do bom-senso a nova ordem

Não deixe a guerra começar
Não deixe a guerra começar
Não deixe a guerra começar

sexta-feira, 8 de março de 2013

Paranoid Android - RadioHead

"...Ambition makes you look pretty ugly..."


[em breve comentários]

Paranoid Android
(Colin Greenwood; Jonny Greenwood; Ed O'Brien; Phil Selway; Thom Yorke)

Please could you stop the noise, I'm trying to get some rest
From all the unborn chicken voices in my head
What's that...? (I may be paranoid, but not an android)
What's that...? (I may be paranoid, but not an android)

When I am king, you will be first against the wall
With your opinion which is of no consequence at all
What's that...? (I may be paranoid, but no android)
What's that...? (I may be paranoid, but no android)

Ambition makes you look pretty ugly
Kicking and squealing gucci little piggy
You don't remember
You don't remember
Why don't you remember my name?
Off with his head, man
Off with his head, man
Why don't you remember my name?
I guess he does....

Rain down, rain down
Come on rain down on me
From a great high
From a great high...high...
Rain down, rain down
Come on rain down on me
From a great high
From a great high... high...
Rain down, rain down
Come on rain down on me

That's it, sir
You're leaving
The crackle of pigskin
The dust and the screaming
The yuppies networking
The panic, the vomit
The panic, the vomit
God loves his children, God loves his children, yeah

quinta-feira, 7 de março de 2013

Quanto Tempo Mais - Blindagem

"...Mais uma estrada asfaltada
Sem flores não leva a nada
Pra se ouvir cantar o galo
Quanto tempo mais, cair do cavalo..."


"Quanto tempo mais?" pegunta a canção. Até quando vamos transformar florestas em deserto? Até quando vamos secar nossos corações de tudo quanto é bondade e compaixão (literalmente "sentir junto")? Será que não estamos caindo numa "armadilha do progresso", para citar um termo de Robert Wright. E a onda da petrificação planetária se aproxima. Será que vamos "cair do cavalo"? Creio que não. Até lá não existirão mais cavalos.

Quanto Tempo Mais
(Ivo Rodrigues; Paulo Leminski)

Quanto tempo mais
O povo vai ficar de boca aberta
Quanto tempo faz
Sonhando ver algemas abertas
Ver apagado o fogo do dragão
Que queima vidas com vapor de ambição
Quanto tempo mais vamos lutar
Por uma sorte maior

O cansaço arde na boca

Mais uma estrada asfaltada
Sem flores, com taxas pagas
Pra se ouvir cantar os pássaros
Quanto tempo, ei, vamos esperar

Algo que venha do chão
Ou que venha do ar
Para nos salvar, quanto tempo mais
Vou dizer
Quanto tempo mais

Quanto tempo mais
O povo vai ficar pra trás
Filho sem pai
Nessa guerra sem paz
Ver apagado o fogo do patrão
Que bebe vidas com sabor de limão
quanto tempo mais vamos lutar
Pela esculhambação

A saudade cai no coração

Mais uma estrada asfaltada
Sem flores não leva a nada
Pra se ouvir cantar o galo
Quanto tempo mais, cair do cavalo

Mesmo que seja no chão
Eu vou ter que voar
Mesmo que eu venha pro chão
Eu posso me levantar
Não vão me ganhar, quanto tempo mais
Vou dizer
Um minuto mais