terça-feira, 30 de outubro de 2012

Coline Serreau

Cartão informativo sobre a diretora:


Tradução nossa do texto:

Coline Serreau

Notícia Biográfica

Filha do diretor de teatro Jean-Marie Serreau e da escritora Geneviève Serreau, Coline nasceu em Paris, em 1947. Depois de completar o ensino secundário, ela estudou Literatura, aprendeu órgão e musicologia no Conservatório1, trapézio na escola de circo2 e iniciou-se na dança, clássica e moderna. Optou, finalmente, pela arte dramática, tornando-se aluna de Andréas Voutsinas.
Em 1970, estreou no Théatre du Vieux-Colombier e apareceria pela primeira vez frente às câmeras em um filme de Robert Enrico, Un peu, beaucoup, passionnément [Bem-me-quer, mal-me-quer3]. Sua carreira de comediante foi lançada principalmente sobre os palcos onde encarnou as heroínas de Shakespeare, em Sonhos de uma noite de verão, Como lhe aprouver, Othelo – onde ela é Desdêmona. Atuou também em peças de Coluche, Romain Bouteille, Pirandello, além de peças de sua própria autoria. Ela obteria seu grande sucesso teatral, de fato, com Quisaitout et Grôbeta, peça criada em 1994, a qual escreveu e atuou, reservando-lhe um papel de clown.
No cinema, é o destaque de On s'est trompé d'histoire d'amour [Estávamos errados sobre uma história de amor] (1974), de Jean-Louis Bertucelli, com quem dividiu o roteiro. Devido à sua genuína vocação, Coline não tardou em realizar seus próprios textos. Ela traçou seus caminhos atrás de uma câmera com um curta-metragem ficcional feito para a televisão, Le rendez-vous [O encontro] (1975). Voltaria às telinhas, em 1979, com a reportagem, Avós de Islã, e o espetáculo Édipo Rei, de Sófocles, montado para a TV italiana RAI.
Enquanto fazia suas duas incursões televisivas, ela realizou o desejo de assinar, para o cinema, dois longas-metragens, Mais qu'est-ce qu-elles veulent? (Mas o que é que eles querem?) e Porquoi pas! [Porque não!]. O primeiro é uma montagem de entrevistas com mulheres. Apresentado no festival de Cannes de 1977, valeu à sua autora a reputação de cineasta feminista. O segundo, que coloca em cena um ménage à trois (com Sami Frey, Christine Murillo e Mario Gonzalez como intérpretes), é uma fábula repleta de encanto e humor sobre a liberdade sexual e a intolerância.
Em Qu'est-ce qu'on attend pour être heureux! [O que esperamos para ser feliz!], os figurantes de um comercial de televisão fazem uma greve e raptam o produtor que os explorava. Ao final de uma noite de luta e festa, todos aprendem o sentido de palavras como amizade e solidariedade.
Coline Serreau enfrentou muitas dificuldades para estabelecer seu próximo projeto: a história de três solteirões confrontados à chegada inesperada de um bebê, que chacoalhou o conforto e os hábitos dos rapazes. Com a interpretação de um trio eficaz – André Dussollier, Roland Giraud e Michel Boujenah – Trois hommes et un coufin [Três solteirões e um bebê] foi um verdadeiro sucesso, não apenas na França, mas em todo o mundo, diferentemente do trabalho seguinte, Romeo e Julieta, que experimentou um triste fracasso. O grande público mostrou pouco interesse por essa sensível defesa em favor da tolerância: um PDG4 (Daniel Auteuil) e uma funcionária da limpeza noturna amam-se como um par perfeito.
Coline Serreau reencontrou o sucesso com La crise, que esboça a análise de uma sociedade desordenada. O desmembramento da família, o egoismo, a indiferença e a incomunicabilidade são descritos com humor, mas não sem os percalços amargos de Vincent Lidon, sejam profissionais, sociais ou sentimentais. A cineasta confirmou seus dons de observação e seu talento de fabulista, já nos títulos de seus filmes: Qu'est-ce qu'on attend pour être heureux! [O que esperamos para ser feliz!] e Porquoi pas! [Porque não!]5
Por fim, em 1996, volta a manipular as câmeras, mas também se a mantém à frente delas: ela interpreta uma cândida extra-terrestre, desvelando nossa sociedade de consumo, com o filme La belle verte [A bela verde], do qual é também autora e diretora.6

NOTAS:

1  O texto não especifica, mas trata-se provavelmente do conservatório de Paris.
2  Sabe-se que estudou na Escola Nacional de Circo Annie Fratellini.
3  Referência ao jogo de arrancar pétalas de uma flor.
4  Presidente, diretor-geral de uma empresa.
5  Não parece muito claro porque citar apenas esses dois títulos, sendo que outros também revelam um tom moral, como Mas o que é que eles querem!
6  Após a publicação desse cartão informativo, Coline Serreau lançou muitos outros filmes. Um deles, o mais recente, de 2010, é o documentário Soluções locais para uma desordem global, que desperta nosso interesse por tratar de questões ambientas, tema que também desponta em La belle verte. Você encontra a filmografia completa dela aqui: http://fr.wikipedia.org/wiki/Coline_Serreau.

Algumas imagens da diretora do filme:
Da esquerda para a direita: Line Renaud, Rachida Brakni e Coline Serreau. 




Nas gravações de Romeu e Julieta, 1989.


Em Qu'est-ce qu'on attend pour être heureux! (1982)

Em Porquoi pas! (1977)  

Em On s'est trompé d'histoire d'amour (1974)

Em Qu'est-ce qu'on attend pour être heureux! (1982)

Em La Belle Verte (1996)



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